19 de dezembro de 2010

11 de dezembro de 2010.


Início da experimentação.
Outros Ares. Experimentação na praça Gonçalves Dias, éramos pra ir de traje social e salto alto, mais uma vez não sabíamos o que seria feito lá. Participaram dessa experimentação: eu, Rosa Ewerton, Cleyce Colins, Thatielle Abreu, Marinildes Brito, Luis Ferreira e Valeria Mendonça. Chegamos no final da tarde, o pôr-do-sol estava belíssimo e a praça habitada por casais, crianças, skatistas, formandos. As instruções foram coladas em uma palmeira no centro da praça. O desconhecido é o maior desafio, permitir se deixar levar pelos acontecimentos, viver o agora e encontrar resoluções para os imprevistos, tudo isso foi vivido intensamente por mim. Brincar com minha sombra na grama foi muito agradável, apesar do incômodo de estar com salto alto, deu pra aproveitar bastante. Duas pessoas que nos assistiam lá no alto fizeram sombra onde eu estava e interagi com suas sombras, até que estas perceberam e fugiram de mim. Gostaria de ter passado mais tempo lá. O estranhamento do público iniciou quando cada intérprete se locomovia pela praça com um passo simples de tango, a receptividade deles foi positiva. E mesmo sendo intérpretes, Leônidas pediu que não houvesse representação, que fôssemos naturais. Ele nos deu estímulos sonoros vindos do som de um carro , músicas lindas, se encaixaram perfeitamente nas movimentações. Conversei com uma criança para depois dançar a nossa conversa, o mais bonito de tudo foi que ela imitou todos os movimentos que fiz junto com suas amiguinhas. Quando foi se despedir de mim não tive como ignorar essa criança linda! Um dos meus saltos descolou na hora do contato improvisação, lembrei que mais tarde iríamos correr pela praça, então forcei o outro salto e quebrei. Ainda não me sinto a vontade no contato improvisação, talvez por falta de um pouco mais de pesquisa. A improvisação em dupla no banco com Thatielle foi livre, espontânea e gostosa de fazer, nossos movimentos fluiam sem nenhum bloqueio, conversávamos pelo olhar. O momento mais bonito aconteceu no centro da praça, ao redor da estátua de Gonçalves Dias, com uma música instigante onde todos os intérpretes dançaram livres. A iluminação da praça ajudou muito, ficou maravilhosa. As crianças foram nossos melhores espectadores, estavam o tempo inteiro interagindo, observando, comentando. Os skatistas também estavam abertos a apreciar uma linguagem que eles não conheciam, na verdade, todos ali presentes. Nos despedimos ao som de Bésame Mucho beijando nossos corpos, lindo!

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