14 de dezembro de 2010

10 de dezembro de 2010.



Sinal. Leônidas convidou todos os integrantes do Núcleo Atmosfera a comparecer no semáforo do
"Pare"
Terminal de Integração da Praia Grande em São Luís do Maranhão para uma experimentação performática em paisagem urbana, todos deveriam ir de calça e tênis e as meninas de cabelos amarrados, nada mais foi dito. Sou muito curiosa e esse mistério gerou
grande ansiedade em mim. Participaram dessa experimentação seis integrantes: eu, Rosa Ewerton, Cleyce Colins, Timóteo Cortes, Alex Liberato, Luís Ferreira. Quando Leônidas sentou para nos dar as orientações, eu era pura adrenalina! A primeira pergunta feita por ele foi: "O que vocês estão sentindo nesse momento?". Eu respondi ansiedade e adrenalina. A maioria estava ansioso. Ele abriu um envelope amarelo e dentro dele haviam dois blocos com dez palavras impressas. Primeiro entregou a cada integrante uma palavra para colar no semáforo do pedestre, depois isso foi feito em dupla do outro lado da pista. A curiosidade era tanto dos integrantes como de quem passava por lá e viam as palavras coladas, a nossa presença já causava estranhamento. Depois de Leônidas explicar cada palavra colada, iniciamos. "Pare". Esse foi o momento mais tenso pra mim, ficar parada na faixa de pedestres com todos nos observando, meu coração batia a mil por hora e minha respiração estava ofegante. Uma imagem marcante nesse momento foram as pessoas dentro do ônibus se levantando para ver o que estava acontecendo. "Círculos com o corpo" Me senti insegura por não sabe era pra fazer no lugar ou em deslocamento, ainda estava com o corpo tímido. Com o decorrer das indicações, meu corpo começou a se acostumar com a novo espaço cênico e foi tudo muito prazeroso e intenso. Eram apenas 25 segundos de sinal fechado, tentei aproveitar ao máximo cada segundo e a espera para o sinal abrir novamente parecia eterna!
"Corra e abrace"
A gente não podia se comunicar, somente o necessário. É desafiador estar do lado de alguém que conhecemos sem poder comentar nada do que estávamos fazendo e também manter a concentração num espaço aberto. Escutei uma senhora dizendo: "Se tivessem o que fazer, não estavam fazendo isso." Teve também um senhor muito simpático que nos aplaudiu enquanto executávamos os movimentos. Nossa plateia interagiu bastante conosco, alguns nos imitaram, outros gritaram junto, se assustaram, correram, tiraram fotos, após atravessarem o sinal, continuaram a nos assistir.
Disse a Leônidas que nunca mais vou atravessar uma faixa de pedestres com o mesmo olhar, foi uma vivência que com certeza me trouxe muito crescimento pessoal e artístico. Nós, de cara limpa, cara a cara com o público, abertos a qualquer tipo de imprevisto, sem medo de ser surpreendido e de se expor.

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